No Brasil, Piketty rebate Bill Gates e propõe imposto global

São Paulo - Desde que o livro-sensação de Thomas Piketty, "Capital no Século XXI", começou a chamar atenção, poucos questionam a qualidade da sua pesquisa histórica ou seu diagnóstico básico de que a desigualdade está aumentando.

Sobram críticas, no entanto, para como Piketty explica o fenômeno e, principalmente, para suas recomendações de possíveis remédios.

O principal deles, um imposto global sobre riqueza, foi abordado no evento que o autor francês participou hoje na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) em debate com André Lara Resende, ex-presidente do BNDES,  e Paulo Guedes, fundador do Pactual e do Ibmec.

Piketty disse que o imposto pode ser um sonho mais próximo do que se imagina e entrou na polêmica dos paraísos fiscais, reacendida pela caso Luxemburgo. Ele também rebateu as críticas de Bill Gates à sua teoria e pediu mais transparência e acesso aos dados fiscais de países como o Brasil.

Veja algumas das principais frases do autor no evento:

Sobre a impossibilidade prática do imposto:

"A história da taxação de riquezas é cheia de surpresas. Há um século atrás o imposto de renda não existia e as pessoas diziam que ele nunca iria existir."

Sobre o modelo da medida:

"O imposto sobre riqueza privada é uma forma civilizada de inflação."

Sobre seus efeitos econômicos negativos:

"Dos anos 40 aos anos 70, a alíquota máximo de imposto nos Estados Unidos era de 80% e me parece que isso não destruiu o capitalismo."

Sobre o excesso de carga tributária:

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