Petrobras anuncia criação de diretoria de governança

Para tentar reduzir o risco de fraude e corrupção, o conselho de administração da Petrobras aprovou, nesta terça-feira (25) a criação do cargo de diretor de Governança, Risco e Conformidade.
A diretoria Internacional, responsável pela aquisição e gestão de negócios no exterior –como a polêmica refinaria de Pasadena– foi extinta.

O objetivo da nova diretoria, segundo a Petrobras, é "assegurar a conformidade processual e mitigar riscos nas atividades da companhia, dentre eles o de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis".

A proposta de criação da nova diretoria foi apresentada ao conselho no dia 14, que deu, na ocasião, aval para o início dos estudos sobre abertura do cargo, de acordo com a presidente da empresa, Maria das Graças Foster.

Alan Marques - 11.jun.2014/Folhapress

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster
A Petrobras ainda não anunciou quem ocupará o novo cargo. Uma lista tríplice será submetida ao conselho da empresa, com nomes pré-selecionados por consultoria externa especializada em seleção de executivos, "que buscará profissionais de mercado com notório reconhecimento de competência na área", diz a empresa no comunicado distribuído ao mercado.

O mandato será de três anos.

Segundo a Petrobras, nos próximos 60 dias, será detalhado o funcionamento da nova diretoria, assim como serão distribuídas as atribuições da área internacional.

Enquanto isso, as atribuições das quatro gerências internacionais serão redistribuídas por outras diretorias.

Com a eliminação da diretoria Internacional, o número de diretorias permanece o mesmo, sete, mesmo após a criação da nova área –Exploração e Produção; Abastecimento; Gás e Energia; Serviços; Engenharia; Finanças; e Governança.

A diretoria Internacional vinha sendo exercida cumulativamente pela presidente da empresa, Graça Foster, desde que o último diretor da pasta, Jorge Zelada, deixou a empresa, em 2012. Zelada havia assumido em 2008, em substituição a Nestor Cerveró, quando a Petrobras tentava comprar os 50% restantes na refinaria de Pasadena do grupo belga Astra, quando as disputas com o sócio começavam a se acirrar.

Desde março deste ano, a Petrobras é alvo da Operação Lavo Jato, da Polícia Federal, que investiga o esquema de lavagem e desvios de dinheiro em contratos assinados com empreiteiras. Considerando o período de 2003 a 2014, os contratos somam R$ 59 bilhões. Até agora, 25 envolvidos, entre eles presidentes de empreiteiras e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, foram presos na sétima etapa da operação. Deles, apenas 11 estão agora em liberdade.

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