Cidade dos Estados Unidos entra com processo contra a Petrobras

A cidade americana de Providence, capital do Estado de Rhode Island, deu entrada na véspera de Natal com uma ação coletiva em favor de investidores que compraram papéis da Petrobras. As informações são da Bloomberg.

No processo, que foi iniciado numa corte de Nova York, a cidade de Providence representa investidores que se sentiram prejudicados pelos casos de corrupção que vieram à tona com as investigações da Operação Lava Jato.

As aplicações dos investidores de Providence incluem debêntures e ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) e foram comprados por eles entre janeiro de 2010 e o final de novembro deste ano.

No processo, a Petrobras é acusada de violar as leis americanas ao vender papéis com preços inflados devido a contratos com empreiteiras que foram superfaturados em troca de propinas.

Procurada, a Petrobras não se manifestou.

A estatal negociou mais de US$ 98 bilhões em títulos na Bolsa de Nova York, de acordo com a queixa feita pela cidade de Providence.

Antes do município, outros 11 processos semelhantes foram movidos por escritórios de advocacia dos Estados Unidos contra a estatal.

Diferente do que acontece no Brasil, nos Estados Unidos um processo coletivo permite que todos os interessados em igual situação se beneficiem da decisão judicial.

Isso significa que, caso um dos escritórios ou a cidade de Providence consigam uma indenização da Petrobras, todos os americanos que investiram na estatal ganham o direito de receber valor proporcional ao que foi investido.

CORRUPÇÃO

No centro daquele que parece ser o maior escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro do país, a Petrobras é investigada no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça.

O escândalo envolve dezenas de políticos e as maiores empreiteiras do país –algumas com seus principais executivos presos há mais de um mês em Curitiba.

Foi a primeira vez que executivos da relevância de José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, ou Ricardo Pessoa, da UTC, foram parar na cadeia acusados de corrupção.

Eles são acusados de pagar propinas a diretores da Petrobras para ganhar projetos para construção de grandes refinarias e aluguel de plataformas e sondas de perfuração.

As investigações avançaram principalmente devido aos processos de delação premiada. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef passaram a colaborar com as investigações em troca de uma pena menos severa. A eles se juntaram executivos de empreiteiras que participaram do esquema e conhecem os métodos dos parceiros.

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