A epidemia de Ebola na Guiné, na África Ocidental, pode ter tido a sua origem em morcegos que habitavam uma árvore na aldeia de Meliandou, de acordo com um estudo conduzido pelo Instituto Robert Koch, da Alemanha. Pesquisadores que visitaram o local suspeitam que os morcegos de cauda livre (Mops condylurus) que se alimentam de insetos teriam contaminado o menino Emile Ouamouno, de apenas 2 anos, que morreu em dezembro de 2013 e é considerado a primeira vítima no país do novo surto da epidemia. O estudo, que será publicado no EMBO Molecular Medicine, defende que os morcegos são um possível “reservatório” do vírus do Ebola.
Contudo, nunca será possível ter certeza da origem da epidemia já que a árvore de morcegos foi queimada. Ela ficava a 50 metros da casa de Emile, em uma vila de 31 casas cercadas por fazendas. As crianças, de acordo com os pesquisadores, costumavam brincar na árvore e é provável que Emile também brincasse por ali. Além disso, também é um hábito na região comer carne de morcego, que pode transmitir o Ebola caso seja mal cozida. Outra forma de contrair o vírus seria entrar em contato com fluidos corporais infectados do animal - urina ou sangue por exemplo. Os pesquisadores realizaram testes em 169 morcegos capturados na na área, porém em nenhum deles foi encontrado o vírus do bola. No entanto, a equipe encontrou provas de DNA de que os Mops condylurus estavam vivendo lá.
A descoberta abre a possibilidade de que os morcegos de cauda livre, que comem insetos, também poderiam hospedar e transmitir o Ebola. Outros estudos indicam que o vírus pode ser abrigado por morcegos comedores de fruta e de insetos.
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