Tudo outra vez – Para a tranquilidade do Palácio do Planalto e principalmente da presidente Dilma Rousseff, o Senado Federal será presidido, a partir deste domingo (1º), pelo peemedebista alagoano Renan Calheiros, que foi reconduzido ao cargo com 49 votos, contra 31 do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). A reeleição de Renan Calheiros dá o tom de como será a condução não apenas do Senado nos próximos dois anos, mas do Congresso Nacional, já que o presidente da Casa também comanda o Parlamento federal como um todo. O que não tira a autonomia da Câmara dos Deputados.
Não considerando o voto em branco na votação deste domingo, Calheiros teve dificuldades para vencer a disputa. Isso porque o ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, só conseguiu tal votação porque angariou votos em partidos da chamada base aliada. Por outro lado, Renan conseguiu votos em partidos da oposição. O cenário que surge a partir do placar da escolha do novo presidente do Senado é de uma oposição mais numerosa e aguerrida. O senador catarinense não era considerado um candidato de oposição pelo Palácio do Planalto, mas sua postura de independência desagradava o governo do PT.
No contraponto, encerrada a votação no Senado, é preciso salientar que o nome de Renan Calheiros, que foi citado em diversos depoimentos no âmbito da Operação Lava-Jato, será mencionado no cipoal de denúncias que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (TF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público Federal anunciou que revelará na segunda quinzena de fevereiro os nomes dos políticos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história da humanidade.
No caso de o nome do presidente do Senado constar das acusações da Procuradoria da República no âmbito da Lava-Jato, o Senado, por dever de ofício e com base no Regimento Interno, terá de abrir processo de quebra de decoro parlamentar. Renan é um político experimentado e sabe muito bem o que isso significa. Afinal, não se pode esquecer o escândalo das “vacas sagradas”, manobra encontrada pelo peemedebista para justificar o dinheiro sujo utilizado para pagar as despesas de sua ex-amante, Mônica Veloso, com que o senador teve uma filha fora do casamento.
É fato que Renan conta com o apoio da bancada do PT, que fará de tudo para evitar mais uma explosão na seara da Operação Lava-Jato, mas é importante destacar que o ex-deputado federal André Vargas, do Paraná, teve o mandato parlamentar cassado por conta do seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. O processo contra Vargas foi célere e baseado em troca de mensagens por celular. Em relação a Renan Calheiros a situação é pior, pois há provas de sua participação no escândalo do Petrolão.
Para que o leitor compreenda o envolvimento de Renan no esquema, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que no rastro de acordo de delação premiada está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, tinha com padrinho maior o então deputado federal José Janene (PP-PR), conhecido como “Xeique do Mensalão”. Com a morte de Janene, ocorrida em 14 de setembro de 2010, Paulo Roberto ficou pagão por alguns momentos, até que Renan Calheiro chamou para si o apadrinhamento de uma das peças-chave do escândalo.
Uma eventual perda de mandato no caso de Renan Calheiros é considerada mais complexa, porque o Palácio do Planalto, ao contrário do que fez com André Vargas, colocará a tropa de choque a serviço do senador alagoano. Afinal, muitos dos assuntos polêmicos que tramitam no Congresso Nacional dependem da aceitação e aprovação de Calheiros. A criação de uma nova CPMI da Petrobras, promessa dos partidos de oposição, dependerá da boa vontade do presidente do Congresso.
Para finalizar, a reeleição de Renan Calheiros mostra que a política nacional continua sendo um imundo balcão de negócios, ao qual têm acesso uma minoria privilegiada e que dá de ombros para a legislação vigente no Brasil. Em qualquer país minimamente sério, com autoridades responsáveis e um povo com vergonha na cara, Renan não venceria a eleição para a presidência do Senado, pois há muito já teria sido varrido da política nacional. O Brasil é o paraíso do faz de conta, apenas porque a sociedade continua dormindo em berço esplêndido ou, então, fazendo oposição nas redes sociais, sem se levantar da poltrona. É por isso que o banditismo político continua avançando sem qualquer esboço de medo por parte dos protagonistas.
Não considerando o voto em branco na votação deste domingo, Calheiros teve dificuldades para vencer a disputa. Isso porque o ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, só conseguiu tal votação porque angariou votos em partidos da chamada base aliada. Por outro lado, Renan conseguiu votos em partidos da oposição. O cenário que surge a partir do placar da escolha do novo presidente do Senado é de uma oposição mais numerosa e aguerrida. O senador catarinense não era considerado um candidato de oposição pelo Palácio do Planalto, mas sua postura de independência desagradava o governo do PT.
No contraponto, encerrada a votação no Senado, é preciso salientar que o nome de Renan Calheiros, que foi citado em diversos depoimentos no âmbito da Operação Lava-Jato, será mencionado no cipoal de denúncias que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (TF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público Federal anunciou que revelará na segunda quinzena de fevereiro os nomes dos políticos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história da humanidade.
No caso de o nome do presidente do Senado constar das acusações da Procuradoria da República no âmbito da Lava-Jato, o Senado, por dever de ofício e com base no Regimento Interno, terá de abrir processo de quebra de decoro parlamentar. Renan é um político experimentado e sabe muito bem o que isso significa. Afinal, não se pode esquecer o escândalo das “vacas sagradas”, manobra encontrada pelo peemedebista para justificar o dinheiro sujo utilizado para pagar as despesas de sua ex-amante, Mônica Veloso, com que o senador teve uma filha fora do casamento.
É fato que Renan conta com o apoio da bancada do PT, que fará de tudo para evitar mais uma explosão na seara da Operação Lava-Jato, mas é importante destacar que o ex-deputado federal André Vargas, do Paraná, teve o mandato parlamentar cassado por conta do seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. O processo contra Vargas foi célere e baseado em troca de mensagens por celular. Em relação a Renan Calheiros a situação é pior, pois há provas de sua participação no escândalo do Petrolão.
Para que o leitor compreenda o envolvimento de Renan no esquema, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que no rastro de acordo de delação premiada está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, tinha com padrinho maior o então deputado federal José Janene (PP-PR), conhecido como “Xeique do Mensalão”. Com a morte de Janene, ocorrida em 14 de setembro de 2010, Paulo Roberto ficou pagão por alguns momentos, até que Renan Calheiro chamou para si o apadrinhamento de uma das peças-chave do escândalo.
Uma eventual perda de mandato no caso de Renan Calheiros é considerada mais complexa, porque o Palácio do Planalto, ao contrário do que fez com André Vargas, colocará a tropa de choque a serviço do senador alagoano. Afinal, muitos dos assuntos polêmicos que tramitam no Congresso Nacional dependem da aceitação e aprovação de Calheiros. A criação de uma nova CPMI da Petrobras, promessa dos partidos de oposição, dependerá da boa vontade do presidente do Congresso.
Para finalizar, a reeleição de Renan Calheiros mostra que a política nacional continua sendo um imundo balcão de negócios, ao qual têm acesso uma minoria privilegiada e que dá de ombros para a legislação vigente no Brasil. Em qualquer país minimamente sério, com autoridades responsáveis e um povo com vergonha na cara, Renan não venceria a eleição para a presidência do Senado, pois há muito já teria sido varrido da política nacional. O Brasil é o paraíso do faz de conta, apenas porque a sociedade continua dormindo em berço esplêndido ou, então, fazendo oposição nas redes sociais, sem se levantar da poltrona. É por isso que o banditismo político continua avançando sem qualquer esboço de medo por parte dos protagonistas.
Comentários