“Quando investigarem o BNDES, a Petrobras vai ser brincadeirinha”, diz advogado de delator do petrolão. Cliente irá depor em processo contra Dilma Rousseff

Mestre pela Universidade Yale e doutor pela PUC-Rio, na qual leciona desde 1965, o advogado João Mestieri é especialista em casos de corrupção e já atuou em grandes escândalos, como o propinoduto, a máfia dos sanguessugas e, recentemente, a Operação Lava-Jato. No mês passado, seu cliente Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras que escancarou o esquema sob investigação, foi condenado em primeira instância por lavagem de dinheiro e organização criminosa no processo que apura fraudes na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Na próxima terça (2), Costa vai depor no processo em que o PSDB pede a cassação do registro eleitoral da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer por abuso de poder político e econômico durante a campanha de 2014. “Quanto a isso, não sei até que ponto ele pode contribuir. Mas, quando investigarem o BNDES, a Petrobras vai ser brincadeirinha”, diz o advogado, negando que o cliente tenha mais dinheiro escondido no exterior, mesmo depois de terem sido repatriados 68 milhões de reais de uma conta de Costa na Suíça. “Só se ele tiver aplicações em paraísos novos. Nos tradicionais, não há como ter. Meus honorários inclusive são módicos, porque hoje ele vive só com uma aposentadoria ridícula”, conta.

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