Mapeamento inédito busca identificar as causas da mortandade de abelhas Estudo é realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro e da UFSCar. Nos últimos anos, o Estado de São Paulo registrou milhões de mortes.
Mapeamento inédito busca identificar as causas da mortandade de abelhas
Estudo é realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro e da UFSCar.
Nos últimos anos, o Estado de São Paulo registrou milhões de mortes.
Um mapeamento inédito no Estado de São Paulo quer identificar o que tem causado a morte de milhares de abelhas no campo. Apenas na região, cidades como Leme, Santa Cruz da Conceição e Gavião Peixoto já registraram prejuízos.
OESTUDO é uma parceria entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Sindicato das Indústrias de Defensivos Agrícolas e reúne pesquisadores como o biólogo Osmar Malaspina, que estuda o impacto dos agrotóxicos nas abelhas e registrou mortes em mais de 20 mil colmeias no Estado.
“Quando ocorre uma mortalidade muito rápida, em 24 horas, por exemplo, em 48 horas, e morre uma grande quantidade de abelhas é um indicativo de que pode ter sido pelos defensivos porque normalmente tanto pela seca, pela doença como por outras causas as abelhas morrem também, mas aí a morte tem um tempo mais prolongado”, explicou o professor da Unesp.
Segundo os idealizadores do projeto, as propriedades com registro de mortes de abelhas vão ser mapeadas e serão enviadas equipes para recolher amostras para análise em laboratório.
Ajuda
Para os pesquisadores recolherem as amostras de abelhas mortas na propriedade, o apicultor deve ligar para o telefone 0800 771 8000 - o agricultor que tiver dúvidas na hora de aplicar o agrotóxico também pode obter informações por esse mesmo número -, mas é preciso entrar em contato assim que o problema for verificado.
Para os pesquisadores recolherem as amostras de abelhas mortas na propriedade, o apicultor deve ligar para o telefone 0800 771 8000 - o agricultor que tiver dúvidas na hora de aplicar o agrotóxico também pode obter informações por esse mesmo número -, mas é preciso entrar em contato assim que o problema for verificado.
“O ideal é que essa análise de resíduos seja feita em até 24 horas, que essas abelhas sejam coletadas em até 24 horas porque aí, sim, o material está preservado e a análise é uma análise consistente. E a outra é que ele pelo menos tenha 20% das suas colmeias morrendo. Porque também a gente precisa de um volume razoavelmente grande dessas amostras e a gente precisa ter esses dados em mãos para poder fazer uma análise adequada”, afirmou Malaspina.
“Através disso daí você vai saber se pode usar as caixas de novo, se pode usar a cera de abelha, se não pode, se vai ter que jogar tudo fora, é um prejuízo muito grande”, disse o apicultor Carlos Celano, de Leme. Há 15 dias, ele perdeu 12 caixas com 800 mil abelhas e torce para que a pesquisa diminua esse tipo de ocorrência.
Histórico
Em 2012 e 2013, mais de cinco milhões de abelhas morreram em apiários de Gavião Peixoto. Laudos confirmaram que as mortes foram provocadas por inseticidas.
Em 2012 e 2013, mais de cinco milhões de abelhas morreram em apiários de Gavião Peixoto. Laudos confirmaram que as mortes foram provocadas por inseticidas.
saiba mais
Nos últimos quatro anos, Leme passou duas vezes pela mesma situação. Há um ano, pelo menos dez apicultores da cidade perderam centenas de colmeias. Para eles, o problema foi causado pelo uso de agrotóxicos em lavouras de laranja e cana-de-açúcar.
Apiários em Brotas e em Tambaú também tiveram perdas em anos anteriores.
Em Santa Cruz da Conceição, mais mortes: no ano passado, foram cinco milhões de abelhas em quatro apiários. A suspeita é de aplicação incorreta de veneno.
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