Acusado de obstruir a Lava Jato, advogado de Cerveró é preso ao desembarcar no Rio Considerado foragido desde essa quarta-feira (25), Edson Ribeiro foi localizado nos Estados Unidos e concordou em voltar ao Brasil voluntariamente 27/11/2015 08h50 Da Redação com agências Atualizado em 27/11/2015 às 10h41

Considerado foragido desde quarta-feira (25), quando teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Edson Ribeiro foi preso na manhã desta sexta-feira (27) no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro , ao desembarcar de um voo proveniente de Miami (EUA).
O advogado era monitorado por policiais norte-americanos desde a quarta-feira (25), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu ordens de prisão contra ele, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), um assessor e o banqueiro André Esteves.
Nesta quinta-feira (26), foi feita a inclusão do nome dele no alerta vermelho da Interpol. Sua foto e nome já constavam no site da instituição na manhã de quinta.
O governo dos EUA chegou a cancelar o visto concedido a Ribeiro -medida padrão adotada pelo governo norte-americano em casos de brasileiros contra os quais há mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira.
Ele, no entanto, adquiriu uma passagem de Miami para o Rio. Um acordo entre a agência de imigração do governo dos EUA e a PF brasileira permitiu que ele embarcasse rumo ao Brasil, onde foi preso nesta manhã ao chegar. Morador do Rio, o advogado estava nos Estados Unidos desde a semana passada, mas a cidade não foi divulgada pela PF para não atrapalhar sua prisão. Como ele havia viajado antes da ordem de prisão, não era formalmente considerado foragido pela PF.
Ribeiro foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos que estaria tentando impedir acordo de colaboração premiada do o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró com os investigadores da Operação Lava Jato . O advogado representa Cerveró desde o início dos processos da investigação.
Ainda na quarta-feira, a Polícia Federal informou que o advogado havia sido localizado nos Estados Unidos. Conforme o jornal I, ele foi preso nesta manhã enquanto desembarcava da aeronave que o trouxe ao Brasil. O voo partiu de Miami. Ele teria concordado em voltar ao Brasil voluntariamente, e volta do advogado espontaneamente ao Brasil é considerada uma vitória dos investigadores.
Em uma conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, em 4 de novembro, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que intercederia no Supremo Tribunal Federal (STF) para ajudar o ex-diretor da Petrobras a conseguir um habeas corpus. No diálogo, Delcídio, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e Edson Ribeiro chegam a planejar uma rota de fuga para Nestor Cerveró deixar o Brasil após conseguir a liberação do Supremo. A intenção, segundo a conversa, era levar o ex-diretor para a Espanha.
O senador, preso na quarta-feira (25), prometeu à família de Cerveró ajuda de R$ 50 mil mensais. O pagamento seria feito por meio de pagamentos simulados de honorários pelo BTG Pactual, dobanqueiro André Esteves – também detido na quarta-feira –, ao advogado Edson Ribeiro.

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