1989: O PRIMEIRO ESCÂNDALO. O CASO LUBECA Caixa 2 petista na eleição de 1989 passava por superfaturamento em contratos da prefeitura de São Paulo.

O candidato a vice-presidente de Lula em 1989 era pecuarista. Não, Bumlai não foi o primeiro. Se chamava José Paulo Bisol e era filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Guardem o nome do pecuarista Bisol: ele reaparecerá na eleição de 1994. Lula realiza uma campanha cinematográfica, contando com apoio de praticamente todos os artistas da Rede Globo (exceção feita à personagens menores da época, como Cláudia Raia), com um jornalismo francamente favorável e com algumas capitais conquistas em 1988, além de São Paulo.

É claro que uma eleição presidencial demanda dinheiro. E nem mesmo todo este apoio, os sindicatos, os artistas e a militância eram o suficiente para tomar a Presidência. E então o PT monta seu primeiro esquema de financiamento eleitoral heterodoxo: estoura o caso Lubeca na prefeitura de São Paulo. 

Em outubro de 1989 o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista, homem de confiança de Lula e vice de Erundina, acumulava também o papel de secretário de Negócios Extraordinários (os petistas adoram estes eufemismos para cargos de operação político-financeira). As investigações apontaram para a empresa Lubeca, que não existe mais, e para Greenhalgh. A propina de US$ 200 mil seria liberada para a tesouraria da campanha de Lula em troca da aprovação de um projeto urbanístico avaliado em US$ 600 milhões. Quem trouxe o escândalo a público foi o então jovem Ronaldo Caiado, candidato presidencial. 

Procurem a Folha de São Paulo. Procurem o Estadão. Procurem as manchetes da época. Vejam a repercussão que foi dada. Tirando o mundinho da política paulista e paulistana, quase ninguém ficou sabendo. E Lula, já se financiando a partir do domínio da máquina pública (no caso a prefeitura paulistana), continuou posando de paladino da moral, da ética e dos bons costumes. E passando carraspanas em seus adversários sobre o modo honrado de fazer política.

Na foto, o então advogado Luiz Eduardo Greenhalgh liberta Lula da prisão após as manifestações no final da década de 1970.

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